segunda-feira, 24 de abril de 2017

Lido: Dia do Pai

Muitos presidiários, certamente a maioria, têm família, laços, muitas vezes filhos. Não serão todos, provavelmente, mas a maioria dos que os têm deverá amar os filhos. Para um desses homens ser libertado no dia do pai pode ser uma felicidade dupla, caso ele ligue a essas datas, que acrescenta à alegria da liberdade a expetativa de chegar a casa e rever os filhos num dia dedicado aos laços familiares.

Pois é precisamente um desses homens que Ricardo Lopes Moura nos apresenta em Dia do Pai. Mas o júbilo depressa amarga, pois o protagonista encontra em casa um banho de sangue, a família toda estatelada no chão e caída sobre a mobília, imóvel, como morta.

Estamos perante um conto de horror psicológico, mais um. Com menos de quatro páginas bastante bem construídas e sem fragilidades estilísticas de monta, auxiliado por um final surpresa muito arrepiante, este é também o melhor conto que o livro apresentou até ao momento. Bastante bom.

Contos anteriores deste livro:

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